Mirtes Mesquita e Pedro Abreu.
Um violeiro cantador e uma atriz cantadora se reúnem para colocar
em cena, um espetáculo musical Interativo, contando as memórias da Cultura
Caipira : “Histórias e Causos da Música Caipira!”
.
“Histórias e Causos
da Música Caipira!” volta o olhar para as memórias e causos que fazem parte da formação
da nossa Cultura Caipira, inserindo o público como interlocutor em suas
apresentações, compartilhando músicas, causos, anedotas e histórias da formação
da nossa cultura, chamada caipira ou regional.
“Histórias e Causos
da Música Caipira!”, compartilha em cena os primeiros autores a colocarem a fala do
caipira na literatura entre eles Monteiro Lobato e Cornélio Pires, responsável
pelas primeiras gravações em disco de duplas de violeiros trazidos por ele de
Tatuí para SP para se apresentarem no final dos anos 20 no Teatro dos Campos
Elíseos, ( hoje inexistente). Permeando essas histórias, as canções e modas de
viola que conquistaram o seu lugar na memória e corações de nossa gente, onde o
público é convidado a desfrutar e exercitar suas memórias musicais e sua musicalidade.
Algumas
da canções que fazem parte do Repertório: Tristeza do Jeca( Angelino de
Oliveira); Vide, Vida Marvada ( Piraci e Tinoco); Boiadeiro Errante (Teddy
Vieira); Menino da Porteira ( Teddy Vieira); Peão (Almir Sater e Renato
Teixeira); Chico Mineiro( Tonico e Tinoco); Comitiva Esperança; Rio de
Lágrimas; Chalana, entre várias outras.
Justificativa:
Este
Projeto surgiu a partir da pesquisa
desenvolvida por Mirtes Mesquita em aulas de Pós Graduação, como aluna do
Professor e violeiro Ivan Vilela, na Universidade de São
Paulo.
Em
nossa América, seguimos essa tradição da oralidade. Desde antes do contato com
o europeu, o indígena praticava através da narrativa e do ritual suas formas de
expressão e socialização. Em 1553, ano em que
José de Anchieta chega ao Brasil,
a nação Tupi-Guarani, presente do Amazonas até o Rio da Prata,
falava dois dialetos de uma mesma língua, o Tupi e o Guarani, tão semelhantes
entre si como o português e o espanhol.
Anchieta,
veio para evangelizar os índios, vivenciou o cotidiano da aldeia participando
de seus rituais, apreendendo a cultura nativa e sua língua, e organizou uma
nova língua a partir do português e do tupi-guarani, chamada “Nheengatu”. A
viola portuguesa foi inserida na prática musical indígena, assim como os Santos
Católicos. Um exemplo dessa mistura é a herança do Cururú e do “Caateretê”
(danças religiosas entre os Tupis), além de diversas festas religiosas. Era o
começo da cultura cabocla: caipira.
A cultura
mestiça, é resultado do encontro de povos e das movimentações dos bandeirantes
e tropeiros pelas rotas indígenas. Passada a necessidade de desbravar,
arrendaram porções de terras, assentando-se e formando as primeiras vilas. O Nheengatu,
era a língua falada até o séc. XIX pelos habitantes da região da Paulistânia.
Essa região compreendia os estados de São Paulo, parte do Paraná, sul das Minas
Gerais, Goiás e Tocantins e parte do Mato Grosso - locais dos caminhos dos
bandeirantes em busca de ouro e pedras preciosas.
O
canto e a música do caipira além da forte influência indígena, recebe da
tradição Ibérica, a viola como instrumento musical e o romance português como
base de seus versos. Os acontecimentos da vida cotidiana, viram “causos” que
são recontados oralmente, utilizando a métrica e a rima dos versos e a
musicalidade trazida de geração em geração, através dos cantadores.
Como
resultado de toda essa riqueza e mistura de culturas, buscamos na tradição um olhar mais consciente
da contemporaneidade, e construímos um espetáculo musical. Para nos guiar nesta
viagem, trazemos autores, compositores, causos e histórias para a luz da cena,
com os clássicos da musica caipira nas vozes e interpretações de Mirtes Mesquita
e Pedro Abreu.
BIOGRAFIAS:
Mirtes Mesquita, nascida na fazenda São Domingos, município de Catalão, no estado
de Goiás, vem de uma formação musico - teatral. Estudou piano na
infância e adolescência, e na fase adulta canto-coral. Mestre em Artes e
Doutoranda pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Participou da importante
adaptação para teatro da obra de Mário de Andrade “Macunaíma” sob a
direção de Antunes Filho, com o Grupo de Arte Pau-Brasil, cujo trabalho é tema
do seu Mestrado na mesma Universidade. Além de atriz, cantadora e contadora de
histórias, é produtora e diretora teatral. No Teatro, além de Antunes Filho,
trabalhou com os diretores Flávio Rangel, C.A. Soffredini, Fauzi Arap, Mário
Masetti, Iacov Hillel entre vários outros. E diretores musicais como Carlos
Castilho, Paulo Herculano, Murilo Alvarenga e Toquinho, entre vários. No
cinema, destaca-se o filme Carandiru de Hector Babenco no papel de mãe
de Lady Di (Rodrigo Santoro).
Pedro
Abreu, descendente de família de
músicos das Minas Gerais, traz no sangue desde cedo a empatia com a viola
caipira. Hoje é um tocador de viola caipira, cujo mestre é o Professor Ivan
Vilela com o qual faz seus estudos em Viola Caipira no Departamento de Música
da Universidade de São Paulo.
FICHA
TÉCNICA :
Intérpretes: Mirtes Mesquita e Pedro
Abreu.
Viola Caipira: Pedro Abreu
Direção
Artística: Mirtes Mesquita
Duração
: 60 minutos.
Mirtes Mesquita |
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