PROJETO MEMÓRIAS: Histórias e Causos da Música Caipira! em PIRAPORA DO BOM JESUS


 A apresentação faz parte do Projeto CULTURA LIVRE da Secretaria de Estado da Cultura e acontece nesta quinta-feira, 3 de maio, às 19:30h, em frente ao Santuário do Bom Jesus. Parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo de Pirapora do Bom Jesus.




 Com
Mirtes Mesquita e Pedro Abreu.

Um violeiro cantador  e uma atriz cantadora se reúnem para colocar em cena, um espetáculo musical Interativo, contando as memórias da Cultura Caipira :   Histórias e Causos da Música Caipira!” .

Histórias e Causos da Música Caipira!” volta o olhar para as  memórias e causos que fazem parte da formação da nossa Cultura Caipira, inserindo o público como interlocutor em suas apresentações, compartilhando músicas, causos, anedotas e histórias da formação da nossa cultura, chamada caipira ou regional.

Histórias e Causos da Música Caipira!”, compartilha em cena  os primeiros autores a colocarem a fala do caipira na literatura entre eles   Monteiro Lobato e Cornélio Pires, responsável pelas primeiras gravações em disco de duplas de violeiros trazidos por ele de Tatuí para SP para se apresentarem no final dos anos 20 no Teatro dos Campos Elíseos, ( hoje inexistente). Permeando essas histórias, as canções e modas de viola que conquistaram o seu lugar na memória e corações de nossa gente, onde o público é convidado a desfrutar e exercitar  suas memórias musicais e sua musicalidade.

Algumas da canções que fazem parte do Repertório: Tristeza do Jeca( Angelino de Oliveira); Vide, Vida Marvada ( Piraci e Tinoco); Boiadeiro Errante (Teddy Vieira); Menino da Porteira ( Teddy Vieira); Peão (Almir Sater e Renato Teixeira); Chico Mineiro( Tonico e Tinoco); Comitiva Esperança; Rio de Lágrimas; Chalana, entre várias outras.

Justificativa:

Este Projeto surgiu a partir  da pesquisa desenvolvida por Mirtes Mesquita em aulas de Pós Graduação, como aluna do Professor  e  violeiro Ivan Vilela, na Universidade de São Paulo.
Em nossa América, seguimos essa tradição da oralidade. Desde antes do contato com o europeu, o indígena praticava através da narrativa e do ritual suas formas de expressão e socialização. Em 1553, ano em que  José de  Anchieta chega ao Brasil, a nação Tupi-Guarani, presente do Amazonas até o Rio da Prata, falava dois dialetos de uma mesma língua, o Tupi e o Guarani, tão semelhantes entre si como o português e o espanhol.

Anchieta, veio para evangelizar os índios, vivenciou o cotidiano da aldeia participando de seus rituais, apreendendo a cultura nativa e sua língua, e organizou uma nova língua a partir do português e do tupi-guarani, chamada “Nheengatu”. A viola portuguesa foi inserida na prática musical indígena, assim como os Santos Católicos. Um exemplo dessa mistura é a herança do Cururú e do “Caateretê” (danças religiosas entre os Tupis), além de diversas festas religiosas. Era o começo da cultura cabocla: caipira.

A cultura mestiça, é resultado do encontro de povos e das movimentações dos bandeirantes e tropeiros pelas rotas indígenas. Passada a necessidade de desbravar, arrendaram porções de terras, assentando-se e formando as primeiras vilas. O Nheengatu, era a língua falada até o séc. XIX pelos habitantes da região da Paulistânia. Essa região compreendia os estados de São Paulo, parte do Paraná, sul das Minas Gerais, Goiás e Tocantins e parte do Mato Grosso - locais dos caminhos dos bandeirantes em busca de ouro e pedras preciosas.

O canto e a música do caipira além da forte influência indígena, recebe da tradição Ibérica, a viola como instrumento musical e o romance português como base de seus versos. Os acontecimentos da vida cotidiana, viram “causos” que são recontados oralmente, utilizando a métrica e a rima dos versos e a musicalidade trazida de geração em geração, através dos cantadores.

Como resultado de toda essa riqueza e mistura de culturas,  buscamos na tradição um olhar mais consciente da contemporaneidade, e construímos um espetáculo musical. Para nos guiar nesta viagem, trazemos autores, compositores, causos e histórias para a luz da cena, com os clássicos da musica caipira nas vozes e interpretações de Mirtes Mesquita e Pedro Abreu.

BIOGRAFIAS:

Mirtes Mesquita, nascida na fazenda São Domingos, município de Catalão, no estado de Goiás, vem de uma formação musico - teatral. Estudou piano na infância e adolescência, e na fase adulta canto-coral. Mestre em Artes e Doutoranda pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Participou da importante adaptação para teatro da obra de Mário de Andrade “Macunaíma” sob a direção de Antunes Filho, com o Grupo de Arte Pau-Brasil, cujo trabalho é tema do seu Mestrado na mesma Universidade. Além de atriz, cantadora e contadora de histórias, é produtora e diretora teatral. No Teatro, além de Antunes Filho, trabalhou com os diretores Flávio Rangel, C.A. Soffredini, Fauzi Arap, Mário Masetti, Iacov Hillel entre vários outros. E diretores musicais como Carlos Castilho, Paulo Herculano, Murilo Alvarenga e Toquinho, entre vários. No cinema, destaca-se o filme Carandiru de Hector Babenco no papel de mãe de Lady Di (Rodrigo Santoro).

Pedro Abreu, descendente de família de músicos das Minas Gerais, traz no sangue desde cedo a empatia com a viola caipira. Hoje é um tocador de viola caipira, cujo mestre é o Professor Ivan Vilela com o qual faz seus estudos em Viola Caipira no Departamento de Música da Universidade de São Paulo.

FICHA TÉCNICA :
Intérpretes: Mirtes Mesquita e Pedro Abreu.
Viola Caipira: Pedro Abreu

Direção Artística: Mirtes Mesquita
Duração : 60 minutos.


Mirtes Mesquita

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