Luiz Marinho fez duras críticas às elites
nacionais, aos partidos que apoiam Temer, admitiu que o Partido dos
Trabalhadores errou em alguns momentos, mas acredita que pode reconquistar o
voto do eleitor.
Em visita a Pirapora
do Bom Jesus nesta sexta-feira, 18, Luiz Marinho, ex-ministro do trabalho e da previdência social no
governo Lula e atual presidente do PT de São Paulo, se colocou à disposição do
partido para concorrer ao governo de São Paulo nas próximas eleições.
Ele participou de uma
reunião na Câmara Municipal de Pirapora do Bom Jesus com vários representantes
regionais do PT como o ex-prefeito de Pirapora, Bananinha, o vereador Cidinho e o Dr. João Bosco Vieira Silva Júnior,
presidente do PT de Pirapora, o coordenador do PT Macro – Osasco, Valdir Roque,
a vereadora Cida de Carapicuíba, além do deputado federal Valmir Prascidelli, entre
outros. Praticamente todas as autoridades do partido fizeram uso da palavra.
Lembrando ser assíduo
frequentador de Pirapora, Prascidelli cobrou do governo estadual providências
para a despoluição do Rio Tietê, pelos problemas que vêm causando ao turismo
municipal: “isso é uma tragédia para a cidade, antes existiam os passeios com
barcos e acabou, entre outros problemas que causou a cidade”, falou o deputado.
Elogiou a iniciativa da reunião em Pirapora, dizendo que o partido começa a se
movimentar para recuperar o espaço perdido nas últimas eleições. Citou que o
Luiz Marinho está percorrendo o Estado de São Paulo, na busca deste
fortalecimento. Lembrou que o Estado tem sido governado pelo PSDB há quase 30 anos
e que a população vem reclamando de várias frentes, na área da saúde, da
educação etc., e lançou Marinho como candidato ao governo de São Paulo. Disse
que o governador Alckmin vem quase todo ano à missa em Pirapora: “tudo certo
que ele venha à missa, mas não venha aqui para fazer média, resolva o problema
da poluição”, afirmou. Concluindo sua fala, Prascidelli exortou a todos para
conversarem com a população para que o partido enfrente o PSDB nas próximas
eleições.
Luiz Marinho fez uma longa
análise do surgimento do PT, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, até
os dias de hoje, reconhecendo a fase complicada atual. “Nós sempre apanhamos,
desde antes do partido nascer, no final da ditadura militar, porque
introduzimos um pensamento diferente na sociedade. A elite nos últimos 500 anos
dirigiu os interesses sem pensar na população, éramos apenas mão-de-obra
barata, explorada, e com poucos direitos básicos, sem direito a pensar ou
participar”. Afirmou que o PT queria repensar o Estado Brasileiro, mas que em várias
ocasiões essas elites tentaram derrubar o partido, o que conseguiram com a
queda de Dilma, a quem defendeu como pessoa competente. Lembrou que Collor
também foi derrubado porque não governou com as elites.
Para o presidente do
PT paulista, Fernando Henrique Cardoso foi o “príncipe eleito pelas elites”.
Marinho continuou dizendo que a aposta era que Lula não terminaria seu primeiro
governo porque as elites “inventaram a tese do mensalão, acreditando na versão
da mídia, para tentar criar o clima do impeachment do Lula, foi aí que fui para
o governo, reformar os movimentos sociais”. Falou que o partido cometeu erros: “precisamos
sim reconhecer isso”, e emendou “mas muitas coisas não tivemos condições de
fazer, algumas das reformas, por exemplo, mas já lá tentaram caçar o lula, mas
tínhamos compromissos políticos na campanha da época com vários partidos e o PT
não conseguiu arrecadar o suficiente para honrar os compromissos. Lula eleito,
e a palavra é fundamental na política, honrou cada centavo com quem o apoiou”.
Segundo Marinho, Lula só não foi cassado àquela época “porque foi para a
sociedade, viajou o país, ele abriu o palácio do governo para todos os
movimentos sociais, ou seja, um governo que dialogava com toda a sociedade, mas
eles continuaram tentando o golpe, eliminando a linha sucessória do Lula, que
tinha que fazer seu cacife para fazer a sucessão. Eliminaram José Dirceu,
Palocci, Genuíno, João Paulo Cunha – que vinha crescendo. O Lula ficou sem
alternativa na linha sucessória. Por que o Lula inventou a Dilma? Porque a
Dilma era uma baita ministra, fui colega dela no ministério, Lula viajou com
ela pelo Brasil, ninguém a conhecia, só que ela não tinha a sabedoria política
do Lula, se afastou dos movimentos sociais, ela ficou mais no gabinete, não
manteve um diálogo com toda a sociedade, exagerou nas desonerações, mas não
errou porque quis, ela mesmo admite hoje isso”, explicou Marinho.
Continuando, ele disse
que os erros do partido foram muito pequenos “perto dos acertos que tivemos,
isso vale para o Lula e vale para a Dilma, uma mulher honesta. Caçaram uma
mulher honesta para colocar um pilantra no poder, uma verdadeira quadrilha pra
governar”, atacou Marinho. E disse mais: “não é só o Temer, é o Temer, é o PSDB
– que dá sustentação ao governo golpista-, é o DEM, o PMDB, temos que deixar
claro isso, porque senão o pessoal vai se enganar de novo, mas esse pessoal voltou
a nos ouvir”, afirmou. Em sua conclusão, Marinho exortou a todos a ouvirem as
pessoas da rua “sobre os exageros que falam sobre nós” e continuou com as
sugestões de convencimento e espaços públicos a ocupar: “vamos olhar para o que
fizemos com o salário mínimo, o bolsa-família, o minha casa minha vida, as
bolsas de estudo, na saúde, com a criação do SAMU, políticas públicas que estão
tentando destruir, entre outras”, lembrou Marinho.
Pra finalizar, o
ex-ministro não poupou críticas a Alckmin e Dória, lembrando de várias
promessas não cumpridas, como a despoluição do Rio Tietê: “o Estado já gastou R$3
bilhões e meio na despoluição do Tietê, em 25 anos, mas despoluiu alguma coisa?
Onde estão enfiando este dinheiro? Eu sinceramente não sei, então falta
seriedade, competência, falta planejamento. Há três anos o governo estadual não
consegue ter respaldo do tesouro nacional pra tomar dinheiro internacional ou
do BNDES, onde está a competência na gestão tucana que eles tanto falam? Onde
está esse enganador do Dória? Este jovem que não trabalha! Vive viajando pelo
mundo e o Brasil, parece que quer ser candidato a presidência da república,
deve até sair do PSDB pra ser candidato. Então nós temos que problematizar com
o nosso povo, compreender que o pessoal fica xingando o PT, mas a pergunta é:
quem fez o melhor pelo Brasil? Lula ou Fernando Henrique? Quem fez mais pelo
povo pobre, pelas cidades? Esta é a reflexão que temos que fazer, aí teremos
certamente dos ouvintes de reverter as opiniões deles, depende de nós derrotar
os tucanos aqui no seu ninho.” Concluiu Luiz Marinho.
Cida, Cidiinho, Luiz Marinho e Prascidelli |
Deputado Federal Valmir Prascidelli |
Presidente do PT de São Paulo, Luiz Marinho |
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